O primeiro-ministro, António Costa, assumiu esta terça-feira (dia 18) estar na política pela defesa da dignidade da pessoa humana, mas alertou que esta é muitas vezes feita à distância e esquecendo o seu real objetivo.
“Muitas vezes a política é feita com distância e sem termos presente que aquilo que justifica a política e a nossa ação tem a ver com a dignidade da pessoa humana. O que nos faz estar na política e o que faz estas mulheres e homens servir a coletividade, sendo bombeiros, é a defesa da dignidade da pessoa humana”, sustentou.
António Costa, que esteve na tarde de ontem no lançamento simbólico da primeira pedra do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, no concelho e distrito da Guarda, sublinhou que a sua presença serviu acima de tudo “para prestar homenagem a uma comunidade e a um exemplo de vida”.
“A última vez que aqui estive foi numa noite trágica em que a aldeia e em particular a família do bombeiro Sérgio Rocha choravam a sua morte e a de cinco sapadores chilenos”, recordou.
Cinco sapadores chilenos e um bombeiro português morreram carbonizados em julho de 2006, quando combatiam um incêndio em Famalicão da Serra, no concelho da Guarda.
Na altura, António Costa era ministro da Administração Interna e deslocou-se à freguesia do concelho da Guarda onde ocorreu a tragédia.
“Era um momento de grande tristeza e em que pude sentir aquilo que é a dor efetiva de uma família e uma comunidade que vê partir um dos seus perante a violência do fenómeno natural e quando sacrificam a vida na defesa de um bem fundamental que é o património da nossa floresta”, apontou.
Ao longo da sua intervenção, o representante do Governo realçou o conforto e a ajuda que recebeu do então presidente da Assembleia Municipal da Guarda, João Almeida Santos, que para além de o acolher, visitou consigo a família enlutada.
“Hoje, quando a mãe do Sérgio Rocha me cumprimentou com um sorriso e quando hoje vejo que o novo comandante desta corporação é o seu irmão e que toda a família continua a ser bombeiro fardado ou não fardado e a continuar este combate que o Sérgio perseguiu toda a sua vida, é de facto um testemunho de vida que acho que nos deve encher de orgulho a todos”, destacou.
O novo quartel de Bombeiros de Famalicão da Serra, cuja primeira pedra foi lançada esta terça-feira pelo primeiro-ministro António Costa, vai custar cerca de 620 mil euros, financiados a 85 por cento por fundos comunitários.
A corporação é constituída por 56 bombeiros no corpo ativo, que vinham ocupando uma subcave de um edifício “sem condições nenhumas”.
Para o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, António Fontes, esta é uma obra obrigatória, que marca um novo ciclo que vai ficar na história da freguesia.
“Ficam a faltar 44 mil euros para equipamentos”, concluiu.
O lançamento simbólico da primeira pedra do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra contou ainda com a presença da ministra e o secretário de Estado da Administração Interna, o embaixador do Chile em Portugal e o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
(Fonte: Lusa)