O portal bombeiros.pt acompanhou no passado Sábado, dia 5 de Julho, 12º. edição do concurso Robô bombeiro, um evento que conta com a organização do Instituto Politécnico da Guarda (IPG).
Motivados pelo desenvolvimento da robótica este evento que tem vindo a crescer de ano para ano, registando nesta edição mais de 40 equipas participantes naquele que é o único concurso deste género no país.
O portal bombeiros.pt que apoia desde 2006 este evento, esteve à conversa com um dos grandes mentores desta iniciativa, Prof. Carlos Carreto, para que todos possam perceber como funciona o robô bombeiro.
Será o homem no futuro substituído pelo robô? O futuro encarregar-se-à de lhe dizer…
Professor, qual é a principal missão do concurso robô bombeiro?
A nossa ideia é proporcionar um evento em que estudantes e professores possam utilizar a robótica como ferramenta educativa, esse é o principal objectivo. A robótica é muito boa para esse efeito dado que para construir um robô é preciso uma equipa multidisciplinar onde captar a atenção dos alunos é muito mais fácil por ser bastante apelativo.
Como objectivo técnico a ideia é desenvolver pequenos robôs que sejam capazes de encontrar um incêndio num modelo de uma casa simulada por corredores e quartos no menor espaço de tempo.
Porquê robôs bombeiros? A ideia é um dia podermos ter robôs em nossas casas e/ou na indústria que possa fazer o ataque inicial de um incêndio real?
Sim, anteriormente referi o objectivo académico, mas naturalmente que esta iniciativa contribui para o desenvolvimento da robótica nesta área, onde estão aqui expressos conceitos de laboratório que de alguma forma provam que é possível fazer um pequeno sistema autónomo capaz de apagar um incêndio. Para o desenvolvimento de robôs com a capacidade de combater incêndios reais, seria necessário robôs mais sofisticados o que implicaria o desenvolvimento de software e de sensores para lidar com a complexidade do mundo real.
Quanto concorrentes estão a concurso na edição deste ano? Sente que existe mais gente dedicada à robótica?
Eu penso que sim, no que respeita ao nosso concurso o número de equipas tem vindo a aumentar todos os anos, este ano estão presentes neste concurso mais de 40 equipas, no entanto quando iniciámos este projecto já havia claramente em todo o mundo o uso da robótica como ferramenta educativa.
Relativamente à qualidade dos concorrentes tem notado algumas melhorias e inovações?
Pessoalmente tenho notado, porem graficamente de edição para edição a qualidade dos concorrente sobe e desce, no entanto se analisarmos a curva ao longo dos anos podemos verificar que está a subir. A explicação tem a ver com os alunos que na sua maioria participa neste projecto começando do zero a construção dos robôs, e como começa do zero não conseguem chegar mais longe, por outro lado há equipas que são repetentes de ano para ano e então aí conseguem um resultado e um nível diferente.
Dado à evolução tecnológica hoje em dia é bem mais fácil adquirir equipamento para a construção destes robôs, o que prevejo que nos próximos anos a robótica tenha uma evolução ainda maior.
Estivemos apreciar as provas dos mais novos e dos mais graúdos e verificamos que os mais novos conseguem alcançar o objectivo (de apagar a vela) mais rápido que os mais graúdos, qual é a explicação lógica para este acontecimento?
Eu diria que existem várias, existem equipas, como por exemplo os alunos do IPG que estão a fazer este projecto para uma unidade curricular onde aprendem um conjunto de metodologias, arquitecturas e maneiras de construir um robô móvel, isto no fundo para tentarem ter um projecto mais sofisticado, porem podem não ser as ideais para a missão deste concurso. Os mais jovens, têm uma abordagem mais pragmática, mais simples o que acabam por ser mais eficazes. Todavia se fossemos a classificar o projecto em termos académicos, os robôs dos mais novos é menos complexo o que leva a terem uma nota completamente diferente da dos restantes robôs, por outro lado, neste concurso a classe sénior é obrigado a utilizar hardware mais complexo o também desta forma distingue uma prova da outra em termos de complexidade.
O que é que podemos esperar de edições futuras do concurso robô bombeiro?
O concurso vai continuar a funcionar mais ou menos nos mesmos moldes que tem vindo a funcionar até aqui, todos os anos temos vindo a introduzir pequenos elementos criando novos desafios e desta forma contribuir para a evolução dos robôs.
Gostaríamos de acrescentar ao concurso uma nova classe, uma classe “expert” e mais realista, onde o robô bombeiro deixa-se de ser um protótipo e estivesse muito próximo da realidade, porem existem diversos problemas logísticos que tentaremos ultrapassar, mas com certeza que devemos evoluir nos próximos anos.