Presidente da Liga diz que incêndio de 24 horas em Ponte de Lima foi mal controlado

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jaime marta soaresO presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) deveria ter acionado os helicópteros Kamov, algo que não aconteceu por questões administrativas.

“Se fosse eu a decidir, decidia pela libertação das aeronaves”, disse à agência Lusa Jaime Marte Soares, presidente da LBP, acrescentando que numa situação de emergência devem ser ultrapassadas as questões administrativas.

As questões administrativas correspondem a cinco helicópteros pesados, utilizados no combate aos incêndios florestais, que têm de ficar parados devido ao processo de transferência para a empresa Everjets, que ganhou o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos para os próximos quatro anos.

No entanto, o secretário de Estado da Administração Interna, garantiu hoje que três dos veículos podem ser utilizados, a qualquer momento, para combater um incêndio florestal, apesar de estarem envolvidos no processo de transferência.

O incêndio florestal em questão, lavrou em Ponte de Lima na quinta e sexta-feira e levou mesmo ao cancelamento de uma etapa do rali de Portugal, tendo sido combatido com um helicóptero ligeiro.

O presidente da LBP realçou que, quando está “em causa o património, ambiente, economia e a vida das pessoas”, tem que se optar pela necessidade operacional, “mesmo que exista o aspeto burocrático ou legal que possa estar de alguma forma a empecilhar tudo isto”. Destaca ainda que, nas várias reuniões semanais na ANAPC, tem questionado sobre a estão dos helicópteros.

“A resposta é sempre a mesma — ‘dentro de dias estão prontos’ -, só que se passam os dias, as semanas e os meses e a situação é esta com que nos deparamos neste momento”, disse.

Atualmente, o dispositivo de combate a incêndios florestais conta com seis helicópteros ligeiros, situados em Braga, Porto, Guarda, Castelo Branco, Monchique e Aveiro, tendo sido substituídos os dois Kamov em reparação por quatro ligeiros.

A Everjets venceu o concurso público de valor superior a 46 milhões de euros e assinou contrato com a ANPC no início de fevereiro. A empresa ficou assim responsável pela operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado, durante os próximos quatro anos, e pelos trabalhadores da Empresa de Meios Aéreos (EMA), extinta no final de outubro do ano passado.

(Fonte: Gazeta do Rossio)

 

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Daniel Rocha

Nasceu na Guarda. Para além da vida de professor, dedica-se a muitas outras actividades. A sua ligação e gosto pelo mundo da imprensa levaram-no a ser colaborador da Rádio Altitude (Guarda) e do jornal Notícias de Gouveia (Gouveia).