Entrevista ao candidato à Liga dos Bombeiros Portugueses, Rebelo Marinho:

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DBT28Bombeiros.pt: O que distingue a sua candidatura (em relação ao seu adversário, Jaime Soares)?

Rebelo Marinho (RM) – Falo de mim e da equipa que me acompanha. Qualquer candidatura implica um projecto, uma equipa e uma liderança. O projecto que apresentaremos a Congresso sustenta-se numa visão, que temos para os Bombeiros, e concretiza-se em objectivos, operacionalizados em acções/metas.

Um caminho, que defende a institucionalização da cooperação institucional e o fomento de parcerias valorizadoras de responsabilidades comuns e respeitadoras de obrigações recíprocas, que valoriza o desenvolvimento do processo de reconhecimento da liga como Parceiro Social, que reclama uma atenção e ocupação permanentes com as bases e a adopção do princípio da auscultação/audição em tudo o que é legislação tutelar, estruturante e especial, que promove as Federações Distritais, enquanto estruturas fundamentais de suporte à decisão e o incremento da dimensão regional nas nossas estruturas, como forma de ganhar território e escala.

Uma candidatura que aposta em 5 objectivos estratégicos: o modelo de financiamento, uma estrutura operacional autónoma, os incentivos ao voluntariado, um regime jurídico regulador das relações de trabalho entre as AHBVs e os assalariados do QC e QA e, por último, a revisão estatutária da Liga com a consequente reorganização dos seus serviços.

Bombeiros.pt: O que o motivou para avançar nesta nova eleição depois ter sido derrotado por Jaime Soares, no último ato eleitoral?

RM – A convicção de que este ciclo fez o seu caminho, e por não ter encontrado soluções para os problemas estruturais dos Bombeiros, está a chegar ao seu fim, bem ainda a certeza de que a Liga carece de visão estratégica que lhe permita pensar para lá do imediato e do curto-prazo e da simples gestão da circunstância e do episódio e ainda a certeza que a minha equipa tem um programa que apresenta respostas consistentes aos problemas do presente e aos desafios do futuro dos Bombeiros portugueses.

Para além de tudo isso, a certeza que tenho da necessidade de aparecimento de novos protagonistas, que tragam chama e ambição, projecto e esperança aos milhares de mulheres e homens, que fazem esta obra grandiosa e generosa dos Bombeiros de Portugal.

Bombeiros.pt: Considera que o facto de concorrer a estas eleições acompanhado do histórico dirigente Duarte Caldeira poderá ser uma vantagem?

RM – Porquê? Conheço, há muito, o Dr. Caldeira, e tenho por ele estima pessoal e apreço intelectual. Sei das suas qualidades de trabalho e reconheço a enorme vivência e experiência, que tem deste sector. O Dr. Caldeira tem um conhecimento actualizado do nosso universo, o que, por si só representa um incontornável capital, que ninguém de boa-fé e com seriedade intelectual pode escamotear e/ou desvalorizar. Estou convicto, por isso, que a sua presença na lista, encabeçando a Mesa dos Congressos, é uma enorme mais-valia nesta disputa eleitoral, que vai confrontar duas visões completamente distintas para o futuro dos Bombeiros portugueses.

Bombeiros.pt: A questão do financiamento dos corpos de bombeiros é a sua grande bandeira?

RM – O financiamento é uma das 5 grandes bandeiras, merecendo, naturalmente, um especial destaque, pela situação de ruptura financeira que muitas AHBVs/CBs vivem e pela absoluta necessidade de estabilidade orçamental que reclamam. Defendemos um modelo de financiamento assente no princípio do reforço e redistribuição das verbas já arrecadadas, não onerando ainda mais as populações com novas taxas, tarifas e novos impostos.

Propomos um modelo, que tenha a necessária cobertura e o competente enquadramento do Orçamento de Estado, que defina as entidades financiadoras – Governo, Municípios e Bombeiros – e as fontes de financiamento (Governo – verbas provenientes dos resultados líquidos de exploração de todos os Jogos Sociais dos prémios de seguro “Não Vida”)- (Municípios – percentagem sobre os valores do IMI e sobre a participação de cada município no IRS e IRC, cobrados nos respectivos territórios) e Bombeiros, através de receitas próprias, provenientes dos serviços prestados ao SNS, INEM e outros. Um modelo de financiamento, que, obviamente, se resguarda na Tipificação dos CBs e na caracterização do risco.

Bombeiros.pt: Com o quê que os bombeiros portugueses vão poder contar, caso seja eleito novo presidente da Liga?

RM – Com um exercício do cargo, a tempo inteiro e em regime de total exclusividade. Com uma acção caracterizada por rupturas com modelos e rotinas, mas sem fracturas com a nossa herança histórica, a nossa matriz e os nossos valores fundadores, que juntos, constituem um imenso património moral e cívico e um património imaterial de que muito nos orgulhamos.
Faremos uma opção clara pela modernização de todas as nossas estruturas, nos seus modelos organizacionais e nos seus modelos de resposta.

Poderão contar com o cumprimento da palavra dada, sem adiar soluções nem encontrar desculpas.
Poderão os Bombeiros contar com uma cultura de compromisso, assente num calendário de execução de medidas.
Esta calendarização das acções obriga-nos, vincula-nos, compromete-nos e expõe-nos perante o eleitorado e impede que deixemos para o fim do mandato muita coisa que podia ter sido feita ao longo dos 3 anos, mas ao jeito dos piores vícios dos políticos fique sempre para as últimas quinzenas para encher o olho e enganar os mais incautos.

Bombeiros.pt: Convença-nos a votar em si no próximo congresso?

RM – Apresenta-mo-nos com um programa abrangente, que toca as áreas estruturantes do nosso sector, e são o seu pilar. Para cada um dos objectivos que traçamos, apresentamos um correspondente conjunto de acções, que os vão materializar. E para cada um deles apresentamos um calendário de execução, o que muda o perfil da cultura de compromisso, que queremos associar à nossa AGENDA PARA O TRIÉNIO.

E uma equipa profundamente renovada, mas com uma larguíssima experiência nas bases, que incorpora competências e saberes, que combina qualidade, diversidade e representatividade. O meu perfil empreendedor e inclusivo é uma mais-valia no exercício do cargo. Sou um homem de fazer, e não de adiar e entreter.

Tenho um conhecimento e um domínio de diversas matérias, que são transversais aos Bombeiros de Portugal, que importa que o líder da equipa detenha de uma forma muito particular e muito presente em todos os momentos de decisão, e serão muitos.Pelo conhecimento e pela experiência, sinto-me, e estou preparado, para ser Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

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Sérgio Cipriano

Natural de Gouveia e licenciado em Comunicação Multimédia pelo Instituto Politécnico da Guarda. Ingressou nos bombeiros com apenas 13 anos de idade e hoje ocupa o cargo de sub-chefe. É um dos fundadores da Associação Amigos BombeirosDistritoGuarda.com e diretor de informação do portal www.bombeiros.pt, orgão reconhecido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.